sexta-feira, 30 de outubro de 2009

As irrespondidas (uma adaptação)

No cânon páli há um episódio (em inglês) em que um bhikkhu pensa com os seus botões: "o Honrado não falou se o universo é eterno ou não, infinito ou não, se o corpo e alma são o mesmo, ou não o são, se um Tathagata existe depois da morte, ou não, ou existe e não existe, ou nem existe e não existe. Não aceito. Se ele não puder me dar uma posição a respeito destas questões eu abandonarei o treinamento."

E assim ele se dirige para o Tathagata e, feitas as devidas amabilidades, desfia o rosário: "se o Honrado sabe que cada uma das afirmações acima é correta, ele pode dizê-lo. Se ele sabe que é incorreta, idem. Mas, se ele não sabe, a coisa mais óbvia a ser feita é admitir 'Eu não sei'". E ameaça abandonar o treinamento.

"Alguma vez", pergunta Buda, "eu te disse que, praticando, vivendo a vida santa comigo, eu te responderia tais questões?"

"Não", responde o bhikkhu ("não, senhor", na tradução. Sempre esqueço destes detalhes.)

"E alguma vez você me disse que iria viver a vida santa comigo se, em retorno, eu te dissesse tais coisas?"

"Não (senhor)".

"Então, seu tolo, por que reclamas? Se alguém colocasse tais condições para a sua prática ele morreria e estas coisas ainda ficariam sem ser ditas ou declaradas pelo Tathagata. É como um homem atingido por uma flecha envenenada que, uma vez na presença do médico, dissesse 'Ninguém vai tirar esta flecha antes que eu saiba tudo sobre a pessoa que a atirou, o material do que é feita, e de como foi atirada'. O homem morreria e as perguntas continuariam sem resposta. [pelo menos para ele]

"A analogia é a mesma: se alguém disser 'eu não praticarei com o Honrado se ele não me disser estas coisas', este alguém morreria e tais coisas não seriam ditas ou declaradas pelo Tathagata. A prática, a vida santa, não depende de cada uma destas concepções; independente de cada uma delas ser verdade ou não, ainda há nascimento, envelhecimento, morte, sofrimento, lamentação, dor, desespero e ansiedade, cujo fim eu faço ser conhecido aqui e agora.

"Então lembre-se do que eu disse como dito, e do que eu não disse como não dito. Sobre todas estas coisas eu não disse nada, não declarei nada. E por que eu não disse nada? Porque não se relacionam com a meta. O que foi que eu disse, que eu declarei? Dukkha, sua origem e seu fim. E por que os declarei? Porque levam à meta. Então lembre-se de que o que eu disse está dito e o que eu não disse não está dito."
Este é um episódio bastante conhecido na literatura budista, e que carrega um símile ainda mais conhecido, o símile da flecha. As questões irrespondidas, em número de 10, aqui, foram ampliadas para 14 - somente adicionando "os dois" ou "nenhum dos dois" às duas primeiras perguntas sobre o universo/cosmos. Ficaram conhecidas como as "14 questões irrespondíveis".

Eu questiono o epíteto "irrespondíveis", e sugiro "irrespondidas". Afinal, esta foi a postura do Buda: a ausência de resposta não necessariamente se alinhava com a impossibilidade de conhecimento. Eu, tampouco, imagino que são necessariamente questões que encontrem respostas - pelo menos tão facilmente.

O importante sublinhar aqui é que este sutra é muitas vezes citado para dizer: "abandone todo o questionamento filosófico, toda a especulação metafísica, pois elas não servem para nada", que muito facilmente pode evoluir para um "não pense", alimentando ainda mais uma postura anti-intelectual encontrada em alguns lugares de prática.

É preciso entender um pouco das sutilezas do diálogo. Se as questões são irrespondíveis, se elas têm ou não resposta, isso não entra em jogo - a não ser para o bhikkhu, provavelmente em sua sede de entendimento, da qual compartilho. O importante é que as questões foram irrespondidas, de um modo bem claro, e por um motivo mais claro ainda, que o Buda relata ao final: o que eu declarei foi dukkha, sua origem e seu fim, a meta que leva ao desprendimento, à paz, ao incondicionado. Para isso, tais questões não ajudam, não são meios hábeis. O que eu disse eu disse, e o que eu disse eu não disse.

Lembremos que, em vários momentos dos sutras budistas, vemos o Buda conversando, dialogando, com algumas das filosofias em voga na sua época: o jainismo, a filosofia samkhya, e diversos outros bramanismos já esquecidos pelo tempo, além dos "hereges". O seu método certamente não é dialético: Buda não quer chegar à definição de algo saindo da dúvida, pois ele já possui a "sabedoria", o "olho que vê", a sabedoria do fim de dukkha, e uma prática para que cada um que deseje desenvolva isto.

Por isso muitas das conversas do Buda com Fulanos ou Sicranos têm este sabor característico: ele sempre argumenta para demonstrar a diferença de tal e tal ponto de vista com relação ao Dhamma, e como tal e tal ponto de vista pode ser maléfico - ou simplesmente inócuo - para o fim de dukkha, e c'est ça. Parece um pouco dogmático, o discurso de alguém que está convicto de possuir uma verdade e quer persuadir, e no fundo é isto mesmo, pois para o budismo o Dhamma é um só - o Dhamma do fim de dukkha, e não uma explicação do mundo.

Então não é surpresa que o Buda seja interrogado pelo bhikkhu como alguém que deveria saber sobre estas coisas "cosmológicas" - e se não soubesse que declarasse ignorância, ora pois, que ela não é pecado. E talvez ele, Buda, não soubesse mesmo responder, eu chuto (embora a literatura nos diga que ele possuía o "olho do Dhamma"). Eu pessoalmente não ficaria infeliz com isto, até mais contente, por me sentir mais próximo deste homem - o sentimento de proximidade é fundamental para mim, não sou atraído por transcendências.

Algumas outras pessoas destacam o fato que Buda prossegue sem responder para evitar cair nos extremos do "é" e "não é", do "eternalismo" e do "niilismo", coisa que vemos ele fazer mais explicitamente em outros sutras vizinhos. A questão é que, para o Buda, qualquer concepção determinada sobre a "realidade" é problemática, pela própria natureza dos conceitos e ideias.

Trago um trecho de outro sutra para apontar esta questão e uma outra (paralela, sem dúvida):
Ocupando-se com coisas que não merecem atenção e não se ocupando com coisas que merecem atenção, ambas, as impurezas que ainda não surgiram, surgem e as impurezas que já surgiram, aumentam.

7. É desta forma que ela se ocupa sem sabedoria: ‘Eu existi no passado? Não existi no passado? O que fui no passado? Como eu era no passado? Tendo sido que, no que me tornei no passado? Existirei no futuro? Não existirei no futuro? O que serei no futuro? Como serei no futuro? Tendo sido que, no que me tornarei no futuro?’ Ou então ela está no seu íntimo perplexa acerca do presente: ‘Eu sou? Eu não sou? O que sou? Como sou? De onde veio este ser? Para onde irá?’

8. Quando ela se ocupa dessa forma, sem sabedoria, uma entre seis idéias surgem nela. A idéia de que ‘um eu existe em mim’ surge como verdadeira e consagrada; ou a idéia de que ‘um eu não existe em mim’ surge como verdadeira e consagrada; ou a idéia de que ‘eu percebo o eu através do eu’ surge como verdadeira e consagrada; ou a idéia de que ‘eu percebo o não-eu através do eu’ surge como verdadeira e consagrada; ou a idéia de que ‘eu percebo o eu através do não-eu’ surge como verdadeira e consagrada; ou então ela tem uma idéia como esta: ‘É esse meu eu que fala e sente e experimenta aqui e ali o resultado de boas e más ações; mas esse meu eu é permanente, interminável, eterno, não sujeito à mudança e que irá durar tanto tempo quanto a eternidade.’ Essas idéias especulativas, bhikkhus, se denominam um emaranhado de idéias, uma confusão de idéias, idéias contorcidas, idéias vacilantes, idéias que agrilhoam. Aprisionado pelas idéias que agrilhoam, a pessoa comum sem instrução não se vê livre do nascimento, envelhecimento e morte, da tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero; ela não se vê livre do sofrimento, eu digo.
Dois momentos: o momento de assombro, perplexidade, dúvida - o mesmo assombro que Platão caracteriza como o começo da filosofia, o necessário para o filosofar, e que Aristóteles deseja sanar por via da enteléquia. É o mesmo assombro básico que caracteriza, para Heidegger, a pergunta fundamental da metafísica: por que as coisas são, em vez de simplesmente não ser? Vale dizer que, em muitos momentos, é o mesmo assombro e dúvida e também exasperação que leva à procura do barquinho budista. O budismo nunca aparece do nada, veja o próprio exemplo de Siddharta.

Segundo momento: o momento da concepção de uma ideia, de uma visão; "isto é assim, aquilo é assado". Ideias que agrilhoam, que prendem, diz o Buda, e que não levam à meta, ao fim de dukkha; são um obstáculo, devem ser removidas.

Embora Buda apresente o primeiro momento como o de pessoas que deixam as impurezas tomar conta da mente, pessoas sem sabedoria, eu me pergunto se tal momento não é necessário, ou, pelo menos, bem-vindo - para pessoas sem sabedoria como a maioria de nós. Momento de dúvida, de assombro, momento de abertura do pensamento - e com pensamento, aqui, não quero dizer somente o encadeamento de idéias e palavras.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"Eles também têm um fígado", foi a resposta que um professor de filosofia me deu, anos atrás, quando comentava do meu interesse pelo zen, em um workshop.

Fiquei desgostoso, no momento, pois achava que ele não queria conversa e estava falando aquilo somente por retórica, dada a sua base merleau-pontyana. Rá.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

É preciso um esforcinho

Sesshin (fotos aqui) serve, além de servir para nada, para nos forçar a fazer as coisas de uma maneira que, sem um empurrãozinho, é muito difícil fazer cotidianamente.

O zazen é o exemplo paradigmático, então vamos escolher outro: o oryoki. O oryoki - ato de comer com - é maravilhoso, mas embora o seja, quando é comemos desta forma, simplesmente comendo? O hábito, o cotidiano e a rotina acabam por nos fazer comer já pensando em qualquer outra coisa a ser feita: é muito difícil, mesmo para aqueles que conseguem fazê-lo em outra situação (como o sesshin), fazer isto no meio de um dia qualquer. É preciso um esforcinho.

"Meditando na cozinha", para tomar como exemplo um livro da Sonia: eu mesmo, que adoro cozinhar, me vejo fazendo as coisas de uma forma mais apressada, cheio de atalhos e retalhos mal-feitos, somente para economizar uns minutinhos para voltar para o computador ou qualquer outra coisa. Não admira que acabem entrando nos meus pratos pequenas pedrinhas e areia, de vez em quando.

O "simplesmente fazer", tão glorificado pelos praticantes zen, serve para dar relato verbal desta situação de fazer - ou simplesmente deixar ser feito - o que está acontecendo. Não é uma cabeça vazia ou oca, ou um estado de obediência cega, ou um torpor hipnótico (e, se for, como muitos críticos do zen at war dão a entender, estou fora e deixo para outros). Cortar a salsinha para jogar em cima do arroz recém-cozido: há o movimento da faca e a salsinha. Como haveríamos de cortar uma salsinha sequer, se pensamos que simplesmente cortar uma salsinha é "deixar-se levar"? A faca corta sozinha? Seus dedos cortam a salsinha? A salsinha já está cortada? Caso sim, nenhuma necessidade de cortar salsinha, vamos comer!

Se, contudo, aceitamos que simplesmente cortar a salsinha não é estar avoado, como quase sempre estamos, mas achamos que PRESTAR ATENÇÃO é PRESTAR ATENÇÃO obsessivamente nos mais minúsculos detalhes da ação em questão, incluindo todos os fatores envolvidos, e que a falha neste prestar atenção não é PRESTAR ATENÇÃO, e que as folhinhas de salsinha devem ser cortadas EXATAMENTE de uma determinada forma e EXATAMENTE de um determinado jeito...

Creio que todos nós entendemos isto. Então, vamos comer! (A lentilha do meio, minha nossassora!, foi servida DUAS - 2! - vezes, para felicidade geral.)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Como assoviar e chupar cana ao mesmo tempo


Zen (zazen) é como sexo - dez principais motivos


10. Você pode fazer sozinho, mas é ainda melhor fazer com outras pessoas.

9. Você pode fazer em qualquer lugar, sob qualquer circunstância, mas lugares bonitos e com natureza são ideais.

8. Algumas pessoas insistem que há somente uma única maneira de fazer; estas pessoas devem ser evitadas.

7. Aqueles que mais falam são os que provavelmente menos sabem.

6. Ter flexibilidade é uma vantagem.

5. Cair no sono não é visto com bons olhos.

4. Algumas pessoas gostam de se vestir e usar apetrechos, e outras acham que isso é ridículo; não esnobe até que você tenha tentado.

3. Pessoas diferentes preferem posições diferentes.

2. Nos velhos tempos havia a abordagem gradual e a abordagem súbita, mas atualmente todo mundo quer a abordagem súbita.

1. Você pode ler tudo o que quiser sobre, mas a não ser que você esteja fazendo - ou faça -, você não tem idéia do que seja.

sábado, 3 de outubro de 2009

Haiku de um verão em 200X

Sem data; provavelmente todos escritos nos meses de verão de 2002 ou 2003. Planejava continuar a fazer uma coletânea através das estações, como é costume nas coletâneas de haiku japoneses; porém creio que o mesmo espírito de cegueira e feiúra, aquele que me impede de fazer poesia atualmente, deu as caras. Retirado do arquivo pessoal de textos do autor, que se encontrava no domínio GeoCities e que, por decorrência do cancelamento do serviço de provisão gratuita de espaço online do mesmo, estava em perigo de extinção digital.

*****

O que é um haikai? Haikai é uma forma de poesia japonesa: tercetos de 5, 7 e 5 sílabas poéticas, levemente orientados quanto à forma. O conteúdo? Cabe um universo inteiro, desde um pulo de rã até as moscas da sala. Inicialmente uma forma mais popular e cômica da poesia da aristocracia (e consequente niponicamente rígida e formal), o haikai, através sobretudo da alma de um ex-samurai japonês chamado Basho, adquiriu a suavidade e a beleza de um michi, um do. O caminho da poesia, passo a passo com outros tantos do: sado, kado, kendo, kyudo e last but not least aikido.

Claro está e claro fica que o que chamo de "haikai" pode estar a revirar os olhinhos de Basho no céu das garças (embora eu ache que ele esteja mais feliz que eu, com os meus poemetos). Em primeiro lugar que, lido num livro por aí, vejo que o haikai era uma arte mais ascética, além de plenamente zen. Quer dizer que não se costuma ver "transporte sensual" neste tipo de poesia. Olhólhó: seu Basho, este menino aqui ainda pensa naquilo. Mas deixe estar. Se mentes eruditas dizem que de haikai só a embalagem, chamem do que quiser: epigramas, quadrinhas, versinhos. Tudo uma brincadeira, no melhor dos espíritos.







VERÃO







ninguém escapa ao'castigo;
melhor seria se viessem
falar comigo.







a poesia:
fantasmagoria
do dia.







perto de uma criança,
só vejo meu defeito:
perco o jeito.







do café na mão,
sobe o vapor azulado:
assombração.







desencana:
o chilrear dos pássaros
a tarde não me engana.







noite alta:
se eu pudesse
tocar uma flauta!







[deep at night:
if I could
play on a pipe]







suave pele:
geme o amor, barraca
no fim da tarde.







do canto d'olho
mosquitinhos evolam:
bananas podres







ah, andorinha!
anda, bica e caminha
ah! andorinha...







eita, mormaço!
três ônibus em fila
andam parados







a grama verde
parece pular no mar:
maré baixa







as gaivotas
fincadas na areia
esperam atentas







tarde de sol:
de dentro do ônibus vejo
brilhar a água







d'ônibus descem
em movimento, gente
e verdes campos







longo marulhar
lua no mar tranquilo
mar no mar no mar

Satorir

Escrito bem antes de 2004. Retirado do arquivo pessoal de textos do autor, que se encontrava no domínio GeoCities e que, por decorrência do cancelamento do serviço de provisão gratuita de espaço online do mesmo, estava em perigo de extinção digital.

[excertos do Dicionário Etimológico Languas Pósodernas (3) - amglês, brasílico e guatemedjuco, de Posbor e Glia, d.a. Meeklândia, 00.04560,78, 2173. Com exceção das citações e dos itálicos, a tradução é do texto original.]

SATORIR

Etimologia breve
Origem

A primeira citação do verbo "satorir" data de 2043, na dissertação de nirvanado de Filómeno Bolshoi, na Bodsátvica Academia Budista (BAB) de Palmas, no estado de Tocantins do (então) Brasil. Em sua primeira acepção, de "atingir o satori", foi usado com extrema cautela por Bolshoi; porém, a simplicidade de uso fez com que, paulatinamente, o neologismo fosse cada vez mais citado em obras posteriores. No decorrer de apenas 10 anos, as citações em obras congêneres cresceu em ritmo geométrico, de 3 para 567. O próprio "ó-mula-das-serras-azuis" Guigui Camargo o utilizou com este mesmo significado (e com inconfundível declinação incorreta) na sua célebre frase: "Dizem que satorio... e eu só rio".

[....]

Uso popular

Com a Anistia Leonina de 2079, podemos ouvir, no discurso do neuroteólogo Menes Meneses: "... e asque propêm ilusôs, digam-lhes: estamo atentos e satoriados." Nesta acepção de "não ser, de maneira alguma, suscetível de ser iludido; desperto", foi que "satorir" passou para o discurso popular, assumindo significados mais do que comportava sua original conotação espiritual. Os versos de Tina Lamberte gravaram a palavra nas almas mais ardentes: "Satoró, satoró, satoró / caim tus ropas e eu ací [....]"

Em meados de 2150, "satorir" tinha cerca de 23 significados distintos, entre eles "estar livre de doenças oftamológicas", "ter uma visão justa de mundo", "comportar-se de acordo com padrões éticos inalienáveis", "experimentar um estado de êxtase químico", e outros. Substantivado, o verbo passou a fazer parte de nomes de indústrias (Satoria, indústria de produtos de limpeza e vinho), AVIs (SATORI, SaTorystória, Meeklândia), distinções diplomáticas e religiosas, celebrações e festas civis, nomes próprios (Satorélena, Sator), veículos orbitais (o Satór't de Glivon Kelvin) e práticas sexuais heterodoxas.

[....]

Em 2167, a Associação dos Mundos Cristãos do Sol protestou veementemente contra a inclusão de 45 neologismos com o radical "sator-" no léxico mexicano, alegando a sua "muta granda igaliánza colo palevar 'satan' [....]"; pedido este negado.

Usos atuais

Palerta Umbar nont askeó me ta define inaxata ta relation beetraim tattoo paries. Aldo me fenso que neam satored, tara sebim considera ta moron lata caralió.
Wicca Tsur-lilú

Domentetoigostasatorantuum, sarapiquáratara?
Pustacamustainstitusta (HILI - Highly-Inflected Languages Institute)

Ai, ce calour... poesce estote satoriremos a la uontás pir pir pintim caipir, cé Deus!, deusdará manhatam préstel di carne.
Blec Maria Coleridge

Cê? As putas? As ónicas criaturas satoradas teste país bostalho estas porras aci [....]
Maria Claria Deeneez

*****

[segue a conjugação do verbo satorir extraído da Gramática? Universal? Brasileira?, de 2147; famosa por incluir as já obsoletas e abandonadas formas verbais em tu e vós, vestígios do final da época colonial do século XX]

...